Blog da Leardi

Alienação fiduciária: significado, como funciona e o que diz a lei

  • 09/09/2025

A princípio, o termo “alienação fiduciária” pode até parecer complicado, mas o significado é mais simples do que parece. E se você está pensando em financiar um imóvel, entender isso é essencial. Afinal, essa é uma das formas mais comuns de garantir um contrato de financiamento no Brasil e está presente na maioria dos contratos imobiliários feitos com bancos. Saber o que ela significa, como funciona na prática e quais são seus efeitos pode evitar muitas dúvidas e dores de cabeça no futuro. 


Neste artigo, vamos explicar com uma linguagem simples o que é alienação fiduciária, como ela funciona no dia a dia, o que diz a lei e quais são os direitos e deveres de quem financia um bem com esse tipo de garantia.


Significado de alienação fiduciária


Alienação fiduciária é o nome dado a um tipo de garantia usada em financiamentos. Ela funciona assim: quando você compra um imóvel financiado, o próprio imóvel serve como garantia de que você vai pagar o que deve.


Isso significa que, enquanto a dívida estiver em aberto, o imóvel fica em nome do banco (ou instituição financeira) e do comprador ao mesmo tempo. O comprador pode usar, morar e até reformar o imóvel normalmente, mas só se torna dono definitivo depois de quitar todas as parcelas.


Esse é um modelo muito comum no Brasil porque facilita a concessão de crédito imobiliário  e, em muitos casos, ajuda o comprador a conseguir melhores taxas.

Como funciona a alienação fiduciária?

Na prática, a alienação fiduciária funciona como um acordo entre quem está comprando e quem está emprestando o dinheiro (normalmente, um banco). O imóvel comprado entra como garantia do pagamento.


Veja um exemplo prático:


  • você escolhe um imóvel de R$ 300 mil;
  • dá uma entrada de R$ 100 mil e financia os outros R$ 200 mil restantes com um banco;
  • o banco registra esse imóvel como alienado fiduciariamente em cartório;
  • durante o pagamento das parcelas, o banco é o proprietário legal do imóvel;
  • quando você termina de pagar tudo, a propriedade é transferida totalmente para o seu nome.

Se você atrasar os pagamentos e não regularizar a situação, o banco pode retomar o imóvel e levá-lo a leilão sem precisar entrar na Justiça — o que torna esse tipo de garantia mais seguro para quem empresta o dinheiro.


Quem paga a alienação fiduciária?

O comprador é quem paga todas as parcelas do financiamento e, portanto, também assume todos os custos relacionados à alienação fiduciária. Isso inclui o registro em cartório e, claro, as obrigações mensais.


Quanto tempo dura uma alienação fiduciária?

A alienação fiduciária dura até que a dívida seja quitada. Ou seja, assim que o financiamento é pago, o comprador pode solicitar o cancelamento da alienação e a transferência definitiva da propriedade para seu nome exclusivo.


O que diz a legislação sobre alienação fiduciária?

A alienação fiduciária de imóveis é regulamentada pela Lei nº 9.514/1997, que define os papéis do comprador (chamado de fiduciante) e do banco (chamado de fiduciário). Apesar da linguagem formal da lei, a gente traduziu os principais pontos pra você:


  • a alienação fiduciária é uma garantia de pagamento: você entrega ao banco a propriedade do imóvel como garantia da dívida, e ela só volta a ser sua totalmente quando você quitar tudo;
  • qualquer pessoa física ou jurídica pode fazer um contrato de alienação fiduciária;
  • ela pode incluir diversos tipos de propriedade, como o direito de uso para moradia, direito real de uso, propriedade superficiária e até bens que fazem parte do imóvel, como equipamentos fixos;
  • quem paga a dívida do devedor pode “assumir o lugar dele”, com todos os direitos e deveres da alienação — isso se chama sub-rogação;
  • se a pessoa não pagar, o banco pode considerar que todas as dívidas vencem de uma vez, e ele pode retomar o processo de retomada do imóvel com base nisso;
  • o banco precisa informar essa intenção na notificação extrajudicial, que é o aviso oficial enviado ao devedor quando há atraso no pagamento;
  • as alienações fiduciárias feitas em sequência (uma sobre a outra) têm regras de prioridade: a mais antiga tem preferência no caso de retomada do bem.

Ou seja, a lei garante segurança para quem empresta, mas também estabelece regras claras para proteger o comprador e orientar o processo em caso de inadimplência.

Hipoteca e alienação fiduciária são a mesma coisa?

Não, hipoteca e alienação fiduciária não são a mesma coisa. Apesar de ambas envolverem o uso de um bem como garantia, elas têm diferenças importantes.


Na hipoteca, o imóvel continua no nome do devedor durante todo o financiamento. Já na alienação fiduciária, o imóvel é registrado no nome do banco até o pagamento total.


Além disso, a retomada do bem em caso de dívida é mais fácil na alienação fiduciária, porque dispensa processo judicial. Por isso, ela substituiu a hipoteca em boa parte dos contratos atuais.


Bem com alienação fiduciária pode ser penhorado?

Sim, mas apenas em caso de inadimplência.


Se o comprador deixar de pagar, o banco pode iniciar um processo extrajudicial, notificando o devedor oficialmente. Depois de 15 dias sem quitação, o imóvel pode ir a leilão.


Vantagens e desvantagens da alienação fiduciária

A alienação fiduciária oferece benefícios tanto para quem compra quanto para quem empresta. Mas também tem pontos de atenção. 


Esses são os benefícios da alienação fiduciária:


  • mais segurança para o banco, o que ajuda a reduzir os juros do financiamento;
  • facilidade de acesso ao crédito imobiliário, mesmo com renda mais limitada;
  • possibilidade de usar o próprio imóvel como garantia.


Por outro lado, essas são as desvantagens:


  • o comprador só se torna o dono completo depois de quitar tudo;
  • o bem pode ser retomado em caso de atraso, mesmo que o valor já pago seja alto;
  • é necessário pagar taxas de registro e encargos cartorários adicionais;
  • negociar a venda do imóvel durante o financiamento exige autorização do banco.


Perguntas frequentes sobre alienação fiduciária

Muita gente ainda tem dúvidas sobre o que pode ou não fazer com um imóvel alienado. Abaixo, respondemos de forma objetiva às perguntas mais comuns sobre alienação fiduciária!


Alienação fiduciária é um direito real?

Sim. Ela garante ao credor o direito real sobre o imóvel enquanto a dívida estiver em aberto, ou seja, o banco pode retomar o bem se o pagamento não for feito, sem precisar recorrer à Justiça.


O que é propriedade fiduciária?

É a situação em que o banco é o proprietário legal do imóvel até que o comprador termine de pagar o financiamento.


Posso transferir o imóvel alienado para outra pessoa?

Sim, mas só com autorização do banco. A nova pessoa, então, precisa assumir a dívida ou pagar o valor total restante.


Posso vender um imóvel com alienação fiduciária?

Pode, desde que o banco aprove a operação. Parte do valor da venda será usado para quitar a dívida.


Minha moradia pode ser tomada?

Se houver inadimplência e a dívida não for regularizada após a notificação oficial, sim — o imóvel pode ser retomado e leiloado.


O que acontece se o devedor morrer?

A dívida continua valendo. Os herdeiros podem assumir o pagamento ou o banco pode executar a garantia e retomar o bem, caso não haja quitação.


Entenda seus direitos e escolha com mais segurança

A alienação fiduciária pode parecer complexa à primeira vista, mas é, na verdade, uma solução prática para garantir o pagamento de financiamentos, tanto para quem compra quanto para quem empresta.


Com ela, o banco tem segurança para oferecer crédito e o comprador pode negociar condições melhores. O segredo está em entender como funciona e ler com atenção o contrato.


FONTE: https://www.vivareal.com.br/blog/



Posts Relacionados

#

5 hábitos de um corretor de sucesso

Está definido na lei 6.530. Apenas os corretores de imóveis com registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) podem intermediar compra, venda ou locação de um imóvel. Portant

#

3 sinais de que franquia imobiliária é para você

O modelo de franquias já está mais do que consolidado no Brasil. É só olhar ao seu redor para ver os mais diferentes exemplos - de restaurantes e lanchonetes a lojas de presentes e roupas. Já

Quer receber novas ofertas?

Cadastre-se e receba novos imóveis direto na sua caixa de e-mail